Yes, I'm a sellout.

Thursday, February 12, 2009

Arte...

Pessoalmente sou contra qualquer definição de "estilos" ou "correntes".

Acredito que os artistas, ou aqueles que querem explorar a sua veia criativa
, - porque acho que todos devíamos expor a nossa identidade, sem esperar fazer disso a nossa vida, mas apenas por prazer - deveriam ser apenas ensinados que ferramentas têm à sua disposição.

Da forma como são ensinados por alguns professores ou escolas, sobre correntes ou estilos artísticos (que peço desculpa por nunca me ter dado ao trabalho de decorar durante as aulas de história), os alunos desenvolvem um "ensinamento" que não lhes é natural. O objectivo da arte é mostrar o mundo como cada um o vê. Essas perspectivas podem ser parecidas a correntes pré-existentes, condenando o aluno a estar sempre perto de se manifestar, mas nunca o fazer. Às vezes podem também não ser semelhantes a corrente nenhuma, deixando o aluno frustrado por não encontrar um "lar".

Penso que alguém me devia ensinar a usar um pincel, um lápis, um papel, uma tela, guaches, óleos, um cinzel,
uma olaria, uma guitarra, um piano, hei, uma solda... e não como moldar a minha mente para entrar num de muitos padrões criados. Gosto de apreciar peças de arte, sem que me digam que está mal feito porque não respeita as regras do seu estilo, ou que me apontem os detalhes que fazem desta peça um marco no seu estilo, quando eu sinceramente (e isto acontece-me muito com peças do Picasso por exemplo, apesar de gostar de algumas..) acho que são infantis ou simplesmente mal feitas.

E porque me portei mal, e também porque me deram outro lado da moeda a ver (obrigado A), quero também agradecer a todos os bons professores que existem no mundo inteiro, pois a sua contribuição irá decerto enriquecer a minha experiência, ao assistir ao produto dos seus ensinamentos.


Este post baseia-se na minha limitada experiência de aprendizagem de arte, e nas minhas opiniões.

4 comments:

A said...

Da forma como são ensinados agora, sobre o cubismo, o impressionismo, e semelhantes correntes (que peço desculpa por nunca me ter dado ao trabalho de decorar durante as aulas de história), os alunos desenvolvem um "ensinamento" que não lhes é natural. O objectivo da arte é mostrar o mundo como cada um o vê. Essas perspectivas podem ser parecidas a correntes pré-existentes, condenando o aluno a estar sempre perto de se manifestar, mas nunca o fazer. Às vezes podem também não ser semelhantes a corrente nenhuma, deixando o aluno frustrado por não encontrar um "lar".

Penso que alguém me devia ensinar a usar um pincel, um lápis, um papel, uma tela, guaches, óleos, um cinzel, uma olaria, uma guitarra, um piano, hei, uma solda... e não como moldar a minha mente para entrar num de muitos padrões criados. Gosto de apreciar peças de arte, sem que me digam que está mal feito porque não respeita as regras do seu estilo, ou que me apontem os detalhes que fazem desta peça um marco no seu estilo, quando eu sinceramente (e isto acontece-me muito com peças do Picasso por exemplo, apesar de gostar de algumas..) acho que são infantis ou simplesmente mal feitas.


Mas em que é que te baseias para afirmar isto?

É que pessoalmente eu não digo aos meus alunos o que é que eles DEVEM ver e muito menos tentar modelar mentes e visões.
A minha função é avaliá-los pelas suas aprendizagens no que concerne ao manuseamento de materiais e técnicas. A um nível superior ou até mesmo complementar, a História da Arte não faz mais do que cumprir o seu papel na aprendizagem dos ismos fundamentais, de todas as correntes.

Desculpa, mas mais do que não estar de acordo, não foi essa a minha experiêmncia, nem como aluna, nem como professora da área.

Insert Name Here said...

Mas tu também não estás de acordo comigo, frequentemente :P. Mas tens razão.
Peço desculpa pela generalização. É um defeito que tenho, tendo a generalizar tudo.

No entanto, já em algumas coisas que me ensinaram, ao invés de me ensinarem as coisas que precisava para poder construir o que queria, ensinavam-me "ondas". Coisas que só podiam, segundo essas pessoas, ser usadas mediante certas e determinadas circunstâncias.

E da forma como algumas coisas são apreciadas hoje em dia, e tomando como princípio que a humanidade não evoluiu nos últimos 500 anos, penso que muitas das obras de arte que perduraram durante estes séculos foram vítimas de uma visão semelhante à de hoje, em que muitas peças de qualidade duvidosa passam por obras primas devido à opinião de uma pessoa, e sucessiva "venda" desse produto. Naturalmente, entre estes, alguns produtos genuinamente bons também passam para a grande "parede das memórias" do Homem. Porque as coisas boas têm uma capacidade natural de se manifestar.

E passados esses séculos, essas obras são usadas como modelos de sucesso do passado, e inspiração para gerações futuras.

Mas o ponto estabelecido é que tens razão. Peço desculpa. Acredito que seja ofensivo para um/a professor/a ler isto...

Vou proceder a umas mudanças.

suz said...

Ora eu de arte não percebo grande coisa... e também estive muito para aí virada. Portanto não posso dar grande opinião.
Para mim, arte não tem que estar enquadrada em qualquer estilo. Para mim arte é a expressão da condição humana, da melhor maneira que cada um consegue arranjar.
Se é isto que as escolas ensinam, para além de história de arte, isso já não sei... Eu cá sou das ciências, ando muito desactualizada quanto ao resto...

A said...

Não tens nada que pedir desculpa, a sério!

Sim, já sei, sou do contra :)

Acho salutar cada um dar o seu melhor contributo para um melhor processo de ensino/aprendizagem, as suas opiniões, afinal de contas é disso que trata a educação: de pessoas, e todos fomos alunos.

Acho que se discute demais a Arte. O que é a Arte, o que deixa de ser, todos os anos a História de Arte lá vinha a perguntinha familiar e todos os anos lá dávamos a mesma resposta. Raios me partam se não vinham com a cantiga da Comunicação, Expressão etc e eu também acho que há muita Arte que fica trancada dentro das gavetas de anónimos que apenas têm vergonha de mostrar ao mundo o que fazem.

Acredito que todos podemos ser "artistas" se houver tempo, vontade e muita disciplina.
Dizem que quem não sabe, ensina. Talvez fosse esse o meu caso se eu não soubesse de antemão que o ensino veio parar-me como uma extensão da pessoa meio louca que sou, a juntar ao facto de não ter disciplina, não sou disciplinada e custa-me ter de sê-lo. É preciso desenhar todos os dias, pintar, arranjar tempo para isso e a vida não vai permitindo quando temos uma vida pessoal e mil e uma desculpas para deixar sempre pra depois. falta de disciplina, é o que é. É como ir ao ginásico. Enfim...

Gosto de vir aqui ler este Blog. Se não fosse interessante e não me sentisse à vontade para discordar, não o faria. É uma pena se tiver de acabar.

Obrigada :)