Yes, I'm a sellout.

Saturday, November 29, 2008

Our tiny, withering marks

"I had a dream, when I was young,
A dream of sweet illusion,
A glimpse of hope and unity
And visions of one sweet union

But a cold wind blows
And a dark rain falls
And in my heart it shows,
Look what they've done to my dream..."


Queen - One Vision



Acabamos nisto, pequenas pegadas pisadas ao de leve em areias que o tempo não terá compaixão em remexer...
Não, não vou fazer nada contra qualquer coisa que esteja errada neste mundo...

"Give me your hands,
Give me your hearts, I'm ready!
There's only one direction!
One world and one mission!
Yeah, one vision!"

Queen - One Vision
f
ffMas vou, certamente, crescer, e talvez, um dia, eventualmente, tornar-me alguém respeitado.. E talvez consiga fazer com que outros vejam o que vejo. E talvez então consiga fazer alguém entender que o meu objectivo nunca foi abanar o mundo, ser do contra, mas sim lutar para chegar a um destino onde não houvesse ... um inconformado...

Agora para lançar as cartas na mesa, para gizar o plano, para colocar as peças no tabuleiro, e manter este sentimento, esta réstia de chama dentro de mim, que me aquece quando estou sozinho, que me dá alento, que me diz "Estamos a caminhar para lá. Estamos, lentamente, a caminhar para lá.". Para que me levante e dê os passos que me guiam nos meus dias. Nos meus anos. Na minha vida.

Quanto a vocês, espero encontrar-vos a todos lá quando o dia chegar, e tivermos de contar uns com os outros para mostrar aos nossos precedentes que é possível. (Hah... aparte.. Obama.. é possível... yes we can.. lol ) Para que possamos então também mostrar aos nossos filhos que é possível.
Que não nos deixaremos apagar como pegadas à beira mar, como areia ao vento, como uma pedra no tempo. Não, não somos uma mera pedra. Não estamos confinados ao vento. O que nos define e a capacidade de usar o vento que nos leva para chegarmos onde queremos ir, e não de nos deixarmos apagar por ele. E não permanecer nas nossas vidas fúteis e inócuas, vazias e estéreis onde se deve deixar as coisas estarem como estão porque nada se pode, e porque é assim que somos.

Sim, eu não sou perfeito. Sou preguiçoso, sou mau, sou até perverso. Sou comodista, egoísta, mimado e teimoso. Pensava que éramos todos. Ainda penso. Mas apesar disso, nunca direi que é a minha natureza ser assim. Nunca aceitarei a minha natureza como má.

A minha natureza é ser bom. É trabalhar para fazer a vida. É ganhar o suficiente para poder ceder aos meus desejos mimados. É ter a possibilidade de ser comodista, e escolher não o ser. É poder de vez em quando ser egoísta e dedicar-me a mim. É ser bom. A minha natureza é amar. Amar à minha família, pelo sofrimento que passaram para eu ter a vida que tenho, e pelo sofrimento que passarei para lhes proporcionar uma vida melhor. Amar a minha cara-metade, bem.. simplesmente porque consegue, melhor que qualquer outra pessoa ou qualquer outra coisa, arrancar-me o parágrafo anterior e ficar só com este (coisa maravilhosa, de facto) . Amar a todos, cada um à sua maneira, por passarem dias nesta terra opressiva e fria, onde as pessoas se olham de lado, em vez de se falarem. Em vez de partilharem.

A minha natureza é dar. É dar ao mundo (não o opressivo e frio) o que o mundo me deu a mim, e mais. É dar ajuda a quem precisa. É dar conforto a quem sofre. É dar-me, a mim próprio, como ferramenta do bem no mundo, na construção de outras ferramentas de bem no mundo.

A minha natureza é criar. É fazer o que faço melhor. É ser quem sou. É dizer o que sinto, e sentir o que digo. É vibrar com o vento. É adorar a textura da mesma parede que me viu crescer durante anos, e nunca me fartar dela. É olhar para o céu, e sentir-me em casa em qualquer lado. É fechar os olhos e descansar, sem medo. É
lutar para fazer parte de nós e fascinar-me pelos nossos feitos. É distanciar-me dos vossos horrores.

Mais que tudo, a minha natureza é, aparentemente, entrar em devaneios de comprimentos absurdos sobre coisas que me disseram para não fazer.

Está escrito lá em cima. Não digam que não foram avisados. Deixei a modéstia em casa. Tenho que dizer quem penso que sou. I must leave my tiny, withering mark.

3 comments:

suz said...

O mundo em que vivemos às vezes parece girar depressa demais. Tudo começa e termina num piscar de olhos. Deixar uma pequenina marca, por minúscula que seja, é das maiores vitórias que podemos ter na vida.
Gosto de acreditar que não vivemos em vão, que a nossa vida tem um impacto no mundo. Nem que seja por ficarmos na memória de quem cá fica...

A said...

Não gosto de pensar nas marcas que deixo, pois a minha vida não se faz nem se projecta nesse sentido.
Vivo egoistamente para mim e para os meus, e não tenho pretensiosismos dessa espécie. Deixar marcas.
Nem filhos tenho, portanto, e como não prevejo para já, ter filhos, também não sendo um objectivo de vida, as marcas não passarão por aí, se as houver.

A verdade é que hedonista egoísta como sou, dificilmente irei deixar marcas de alguma espécie.

A deixar, que seja postumamente. Que eu não as perceba. Não sou tímida nem modesta, apenas não quero ter de lidar com alguns aspectos que as marcas produzem nos outros.

Amada ou odiada, sempre, tendo essa perfeita consciência, mas nunca pedindo para o ser.

:)

Anonymous said...

...e vais embora, deixar de escrever?!

A esperança vou busca-la às palavras de alguns, aos textos de alguns...

Não vás. Ou vai, mas volta, quando as palavras te voltarem...