Yes, I'm a sellout.

Friday, December 22, 2006

O Dia Humano

Obrigado pelo Natal. Apesar do excessivo consumismo, as pessoas ganham uma nova perspectiva, apesar de não se aperceberem. Tenho de aproveitar estes dias a fundo, para restaurar a minha fé.

E não é por ser o dia em que Jesus nasceu, ou por o pai natal vir. É por as crianças quererem que o pai natal venha. É o seu frenesim às voltas como um avião descontrolado que gera energia à nossa volta e em nós, muito à semelhança do movimento dos electrões à volta de outros electrões provoca o movimento dos mesmos, ou de forma mais alegre e exagerada como uma bola de bilhar (a branca, de preferencia), provoca o movimento de todas em que toca.

É verdade. São as únicas pessoas que consigo tratar. Consigo ficar a olhar para uma criança até meia hora, só a sorrir, ou a fazer caretas. Daqui a 10 minutos, essa criança não sabe nada do que aconteceu mas naquela altura era eu que a fazia feliz, só por sorrir. Funciona com crianças até 2 ou 3 anos... 2 acho eu... Depois é dificil, principalmente porque passados 10 segundos começam a correr. Mas sempre é engraçado. Talvez um dia estas crianças me vejam na rua e me achem familiar. E talvez subconscientemente se lembrem destes momentos, e sejam felizes só por me verem. Era um momento excelente.

Ora, feliz natal. Que portem a alegria destas crianças convosco. Que a vossa família vos faça feliz, vos surpreenda, como a minha me surpreende a mim nesta altura... E que depois do natal acabar, conservem esta alegria dentro de vós. Nunca se esqueçam de como é ser feliz. É o que eu tento fazer, mas eu penso muito.

Um Feliz Natal conformado.

1 comment:

suz said...

Este Natal os meus pais decidiram poupar. Isto porque pagar as propinas da faculdade quando não se ganha grande coisa e ainda se tem outra filha menor para sustentar não é fácil. De maneira que o meu Natal foi mais pobre em prendas do que o habitual. Mas o melhor do Natal não é abrir os presentes, mas sim os momentos que o antecedem. A melhor parte é ver a expectativa no rosto das crianças e até mesmo dos adultos... O que se esconde por detrás do papel colorido pouco importa, o que interessa é o entusiasmo e a alegria com que partilhamos esse momento com a família.
Resta-me só dizer que as melhores prendas que recebi foram 2 cartas, perfumadas e tudo, uma da minha irmã (10 anos) e outra da minha prima (8 anos), com desenhos natalícios. O melhor vinha escondido: um bilhete da minha irmã em que ela dizia o quanto gostava de mim. E a última frase dizia qualquer coisa do género: "desculpa não ter comprado uma prenda melhor, mas não tive tempo, por isso fica com a minha pulseira da paz..."
Mal sabia ela que a tal pulseirinha da paz foi a melhor e mais sincera prenda que alguma vez recebi no Natal.
Tudo isto para dizer que concordo inteiramente contigo quando chamas ao Natal o dia humano. E a mim parece-me que os adultos se esqueceram do que é ser verdadeiramente humanos. Só no Natal é possível vislumbrar uma luzinha ténue lá bem ao fundo do túnel...