Este post é inteiramente dedicado a contra-argumentar o comentário extenso verificado por "anônimo" (o ô diverte-me sempre) num post meu.
Vede aqui o comentário original : https://beta.blogger.com/comment.g?blogID=35402242&postID=1488980102726229204
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Visto que escrevo, é verdade que peço para que me vejam aqui.
Às vezes parece que falas como se me conhecesses mesmo, quando dizes "Um dia podemos falar mais sobre isto". Anónima, não sei quem és.
Obrigado pelos elogios, mas este blog tem mesmo o intuito de ser vida. Alguns problemas, algumas frivolidades, algum interesse, alguma graça.
Para além disso, este blog é também um modo de manter as minhas ideias juntas (quando era mais novo fui habituado a escrever "ideas", gosto mais do que de "ideias") porque a minha memória não é muito boa. Não me gosto de deixar habituar às coisas, e por isso gosto de por em causa as razões. Quando era novo perguntava à minha professora porque é que as bruxas nos contos eram assim, e porque é que os rapazes ataram o leão com um cabelo, se assim ele ficava mal preso, e porque eles caíam nas armadilhas e se comportavam de forma tão ridícula. Notas baixas seguiam-se.
E é precisamente por essas coisas todas que luto. Não gosto do ambiente de conformismo em que vivemos. Há muito mais por fazer que não requer muito trabalho, apenas um dia ou dois de pensamento e brainstorming para melhorar a situação geral.
E agora, neste ponto da minha vida, estou a ganhar uma força nova. Estou a re-erguer-me. Estou a pedir perdão a todas as pessoas de que me afastei neste processo de luto(a) pessoal. Estou a tentar aproximar-me do mundo de novo.
Talvez não tenha perdido muito na minha vida, mas talvez tenha. Sei que perdi muito no meu próprio mundo. E sei como só eu posso saber o valor que tudo tem. Como cada pessoa tem um valor para as coisas.
A minha mãe nunca me quis mal. É sempre assim. São pequenas falhas na psique. Algumas pessoas fazem pior e pensam que fazem bem. A maioria faz pouco mal e pensa que está a ajudar. Nunca quis a minha mãe longe de mim, e nunca lhe quis mal.
Sendo eu um homem, tenho uma ligação mais forte, como tu tens com o teu pai. É natural, suponho.
Mas o meu pai é-me um mistério. Tanto parece conseguir ver-me através do meu silêncio como de repente destrói esta imagem que tenho dele. Normalmente manifesta-se à minha mãe e ela transmite a mensagem dos dois a mim, ou então, a mensagem do meu pai, já um pouco colerizada por ter que carregar os problemas de duas pessoas. Percebo, mas preciso que entendas que apesar disso continuo a sofrer dessas palavras.
O meu irmão foi-me muito útil quando precisei de elevar o meu esforço para igualar ou superar o dele de forma a não cair no buraco onde estive os ultimos tempos. Ele saiu da universidade após 2 anos de tentar fazer o "suposto". Depois veio ajudar os meus pais no trabalho, já que não estudava. Ajudou-os muito. Mas eu tinha de igualar ou superar o que ele fizera. Como ele não tinha feito muito do primeiro ano de curso, eu consegui fazer o primeiro ano quase todo, e esse quase, aparentemente, foi o suficiente para encontrar uma falha. Na universidade, era um dos 4 que passaram a 9 cadeiras, mas em casa, não era dos 2 que passaram a todas as 10. Na minha diminuinte auto-estima pelo menos não era das 31 que não passara a 9 e não era das 10-15 que não passara sequer a 4.
Sou pós-adolescente, nos meus "anos áureos", na universidade em tempo certo, não faço muito da minha vida para além de estudar. A guitarra e o desenho são ocupações.
A minha cara-metade foi e é um apoio enorme nesta luta. Sem ela provavelmente... Ela não gosta que eu fale nisto, mas provavelmente já não estivesse cá, talvez não fisicamente pela minha cobardia, mas talvez morto por dentro, devido à minha exposição emocional. Ela é também a minha melhor amiga. A única pessoa que sabe melhor o que passei estes tempos, e isso dá-me pena, pela sua preocupação comigo e o que sofreu por me ver assim... Às vezes até penso que seria melhor ela não me ter conhecido... para bem dela... mas ela não me deixa pensar isso... amo-a muito
Eu tenho amigos. Sempre soube isso. O que me pergunto é se os meus amigos me têm a mim. E aos meus amigos que vejam isto, peço desculpa.
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Nesta altura estou a melhorar. Estou muito satisfeito com o meu progresso. Penso que valeu a pena, mas que podia ter sido evitado. Mas isso agora já não interessa nada, porque já está feito.
Obrigado pela tua atenção à minha vida, está à vontade. Mi casa es tu casa!
Tuesday, December 12, 2006
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